terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Mais sobre WikiLeak

RSF lança site-espelho para ajudar WikiLeaks a divulgar documentos


Redação Portal IMPRENSA

Nesta terça-feira (21), a organização não-governamental Repórteres Sem Fronteiras (RSF) lança um site-espelho no WikiLeaks, na seção dedicada aos telegramas de diplomatas americanos publicada pela página fundada pelo australiano Julian Assange. 

Em nota, a RSF informou que esta é uma forma de demonstrar "simbolicamente" o apoio "ao direito do WikiLeaks de publicar informações e de não ser obstruído na sua atuação". A entidade diz, ainda, que "defende a liberdade de circulação das informações na Internet e o princípio de proteção das fontes, sem as quais o jornalismo de investigação não pode existir". 

Em novembro deste ano, o WikiLeaks divulgou mais de 250 mil documentos secretos que revelavam os bastidores da diplomacia dos EUA. A Casa Branca condenou a publicação dos dados, dizendo que o site colocava em risco a vida de americanos e aliados do país. Após o vazamento histórico, o governo norte-americano pressionou o maior servidor do país, a Amazon Web Services, para interromper o acesso ao WikiLeaks e evitar outra divulgação de informações comprometedoras. 

O fundador da página chegou a pedir aos internautas para manter a divulgação de suas informações confidenciais após perder o domínio WikiLeaks.org e ser banido da Amazon. De acordo com a organização, 355 sites-espelho foram criados e garantem a publicação de dados sigilosos revelados pela matriz.

"As pressões e tentativas de encerramento do WikiLeaks constituem um ataque à missão de 'guardião da democracia' presente no espírito do artigo 10º da Convenção Europeia dos Direitos do Homem", declarou a RSF. "O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) confirmou, em várias ocasiões, que esta missão implica a proteção das fontes e a ausência de medidas governamentais destinadas a silenciar essas fontes."

A própria RSF já havia criticado abertamente Assange pela falta de responsabilidade da organização na época em que divulgou mais de 90 mil arquivos secretos sobre a Guerra do Afeganistão. No entanto, a entidade reafirmou seu apoio ao site. "A imprensa é responsável pelo que publica ou divulga. Lembrar isso é não desejar seu desaparecimento. Muito pelo contrário".

Após a prisão do australiano em Londres no início de dezembro - ele é acusado pela Justiça da Suécia de cometer crimes sexuais no país -, a RSF divulgou uma carta pedindo ao Secretário de Estado de Justiça do Reino Unido, Kenneth Clarke, para garantir os direitos de defesa do australiano durante seu julgamento. "Julian Assange se apresentou voluntariamente à polícia, e este gesto de boa vontade deve ser tomado em consideração na apreciação de seu caso", declarou.

A RSF deixou claro que a criação do site espelho "só diz respeito" a parceria entre o site de Assange e "alguns meios de comunicação social", e que o apoio à página "será revisto em função das atividades e dos conteúdos propostos no futuro" pelo WikiLeaks.

http://portalimprensa.uol.com.br/portal/ultimas_noticias/2010/12/21/imprensa39968.shtml

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